Aquele que pensa, filosofa.

domingo, 3 de abril de 2011

Sua sorte é que sou educada!


    Vamos combinar, está cada vez mais caótico andar pela cidade do Rio de Janeiro, e acredito que não seja uma situação restrita ao meu Estado.
    Passei a observar como a massa carioca está desprovida de educação e gentileza. Ao retornar do trabalho, em um ônibus de certa classe ainda que quase sempre lotado, um jovem senta em um assento preferencial. Desde que não haja idosos, gestantes, obesos ou deficientes, tudo bem. O drama começou quando um senhor bem debilitado subiu ao ônibus. O rapaz ignorou sua presença, fingindo ler um livro. Não queremos homens cultos e indelicados! Queremos educação e gentileza! Como se não bastasse ignorar o pobre velho, nenhuma outra pessoa ofereceu lugar! Você deve estar se perguntando: “E você, porque não ofereceu?” Bem, eu estava em pé!
    Como se não bastasse, pode-se observar outras atrocidades da educação pela nossa cidade.
    Ao comprar uma roupa em uma loja, a vendedora se esquece de que você proverá a ela uma bela comissão com a compra e te trata com um sorriso antipático, e depois sequer agradece, como se fosse sua obrigação comprar naquela loja, com aquela vendedora mal-humorada.
   Sem contar no ambiente de trabalho, onde temos que lidar com diversos dilemas e sermos profissionais, o que dizer quando o seu chefe passa por você e sequer diz bom dia?
   Não posso esquecer aqueles que jogam papel na rua, os que não têm educação no trânsito, os que batem boca e que agridem por um mero lugar em uma fila, discutindo ferozmente para provar quem chegou primeiro. E quando a pessoa que está ao seu lado em um coletivo escuta música alta que pode ou não ser o seu gênero preferido?  
    Podemos concluir pelo pouco citado que as pessoas de um modo geral estão perdidas sem uma correta noção do que é ser educado e o que transcende, ultrapassa todos os limites. O nosso povo, em sua maioria, desconhece a prática dos bons hábitos sociais, é individualista e, desde que obtenha vantagens, desconsidera o bem estar alheio.
    A educação em nosso meio social significa respeitar o nosso limite e o alheio, proporcionar civilidade ao que é comum a todos e tornar a nossa vida justa e igualitária.

   Não necessariamente uma pessoa intelectualizada será uma pessoa educada.
   O cidadão deve ser moldado de acordo com meio em quem vive, e isso é um trabalho que envolve governantes, professores e familiares. O que ocorre nesse processo, que permite que visualizemos esse quadro caótico? A resposta é simples. A palavra educação possui um significado amplo, que inclui saber conviver em sociedade assim como adquirir cultura e conhecimento de modo a contribuir para que o indivíduo possa ter uma vida digna. Isso realmente acontece? Nossos governantes alegam que temos um bom programa educacional, os professores protestam por maiores salários e não por melhoria na qualidade da educação, e os pais, culpam os professores e o governo pelo fracasso na educação dos filhos, esquecendo da parcela que compete a eles. E, esse é o nosso cidadão carioca, mineiro, paulista, enfim, brasileiro, que continuará a cometer desrespeitos a todos até que tenha consciência de que não exerce seu papel, e que ele próprio sofrerá um dia por isso.
     Permanecerei indignada, mas acredito que o melhor exemplo é a minha postura, minha educação. Vamos em frente!

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